quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

BEM-VINDOS TURMA DE 2013

Olá a todos.

Parafraseando uma frase que particularmente eu odeio do Pedro Bial (mas tenho de dizer aqui, pois estamos em um universo virtual de disseminação de coisas boas e... também péssimas, então eu o cito aqui: "Bem vindos à nave Cibercultura..."

Então aproveitando o embalo e a vontade que vocês estão em aprender (sim eu acredito nisto) posto o nosso primeiro texto.

Um grande abraço e sucesso para todos nós na nossa disciplina digital.


CIBERCULTURA ----------------------------------------------------------------------------------

Rodrigo Cristiano Alves







INTRODUÇÃO ::



                A incorporação das tecnologias em nossa vida quotidiana está cada vez mais intensa, hoje é raro conhecer pessoas que não têm um aparelho celular ou que nunca sacaram dinheiro com um cartão magnético. Vivemos cercados por tecnologias e às vezes nem nos damos conta desse fato. Isso é causa / conseqüência do amplo desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, fomentada, desde a década de 90, pela popularização da rede mundial de computadores - Internet, que nos proporciona realizar atividades e/ou tarefas sem necessariamente ir a um lugar determinado.

                Juntamente com essa incorporação das TIC mudamos nossos hábitos, atitudes e modos de pensamentos e sem perceber somos, cada vez mais, afetados e modificados pela potencialidade da comunicação que é intensificada com a interconexão mundial dos computadores: o ciberespaço. O primeiro sintoma dessas mudanças é a velocidade com que tudo acontece. As informações e as descobertas são divulgadas de forma muito rápida, assim como as transformações que elas sofrem; os conhecimentos adquiridos agora, inclusive com essa leitura, tornam-se obsoletos em um curto espaço de tempo e o tempo passa a ser representado de modo simbólico, em um ritmo frenético, ocasionando um eterno estado de mutação do ser, do conhecimento, da sociedade, das necessidades e das tecnologias.

                Nesse ritmo, tudo é transformado e várias possibilidades são criadas nos espaços de comunicações que se tornaram cada vez mais flexíveis e interativos. A cultura passa a agregar novos recursos como o virtual e ter várias outras faces e vozes, agregando valores plurais e fazendo emergir o conceito da cibercultura.





O que é mesmo cibercultura?



                Lévy (1999, p 17), define a cibercultura como "o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço". Segundo a Wikipedia "é um termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual".

                O que percebemos é que esse termo abrange toda uma gama de fenômenos que ocorre com a utilização das tecnologias da informação e comunicação. Tendo como marcante nessa cultura, a cooperação, percebida mediante o compartilhamento de arquivos - músicas, filmes, fotos, etc - fóruns de discussão, comunidades virtuais, entre outros. A construção do conhecimento passa a ser coletiva, mesmo estando o indivíduo a quilômetros de distância do outro, sem tempo nem lugar definido.

Construção colaborativa



                Em virtude do grande desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação cada vez mais a colaboração passa a ser potencializada, oportunizando a produção coletiva, colaborativa e interativa. O ciberespaço amplia essa gama de possibilidades, pois possibilita de forma mais rápida a troca e o acesso a conteúdo de formatos diversos.


                Nesse contexto a colaboração torna-se algo presente, seja em dicas de como utilizar determinado programa, ou na elaboração de textos, músicas e uma infinidade de coisas. Como exemplo trazemos o fórum de dúvidas, que hoje é muito comum no ciberespaço, podendo ser encontrado sobre diversos assuntos. Nos fóruns todos são convidados a darem sua contribuição, assim o conhecimento passa a vir de diversos lugares e não de um único ponto de forma estática, dando um movimento na dinâmica de construção do conhecimento pois deslocam-se os papéis de receptor e emissor num fluxo contínuo e multidirecional em que todos trazem um conhecimento específico e que juntos, com a troca desses conhecimentos e não coma mera soma, enriquecem, modificam e oportunizam a construção de novos conhecimentos e saberes, dessa vez, construídos conjuntamente de forma participativa, cooperativa e colaborativa.


                Isso define uma lógica de rede, em que cada ponto deve estar igualmente fortalecido para fomentar o que Lévy (1998, p. 28) chama de inteligência coletiva, “uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências”. Nessa dinâmica, cada sujeito ou cada nó, contribui de forma significativa para o crescimento, fortalecimento e enriquecimento de todo o grupo.



                No ciberespaço, além do fórum encontramos vários recursos que oportunizam essas construções colaborativas, até mesmo em formato de texto único, como a Wiki, um espaço que permite a participação de todos, como a wikipedia, ou de determinadas pessoas, como a wiki do Moodle, para poderem intervir no processo através da criação e reconstrução das mensagens, podendo selecionar, combinar e permutar estas informações, além de produzir outras narrativas.

                Trabalhar colaborativa e cooperativamente não é algo fácil, pois para haver uma construção colaborativa e cooperativa é necessário a participação ativa e a interação de todos os sujeitos participantes do processo. Assim como o respeito aos diferentes conhecimentos, opiniões, culturas e indivíduos.



Interatividade,Hipertextualidade e Hipermídia



Na cibercultura tudo surge e se transforma em alta velocidade, o que aprendemos agora pode se tornar obsoleto em um curto espaço de tempo. E nesse tempo frenético tudo muda, inclusive as formas de comunicação. Antes só era possível ter informações lineares e fechadas, sem a participação ativa do leitor, agora, com os recursos das TIC a interatividade é possível.

                Utilizando-se da interatividade a informação deixa de ser apenas emitida, pois "não é mais um mundo fechado, paralisado, imutável, intocável, sagrado, ela é um mundo aberto, modificável na medida que responde às solicitações daquele que a consulta" (Silva). Nesse contexto, nos tornamos um outro tipo de leitor, um leitor que deve ver e interagir com a obra para que haja acontecimento, tornamo-nos exploradores, pois passa a perder a posição de recepção clássica sendo convidado à livre criação e a informação ganha mais sentido sob suas intervenções. (Lemos, 2004).

                Essa interatividade se dá principalmente através dos mais diversos ícones e links que estão no ambiente visitado. Desta forma, os hipertextos e as hipermídias passam a fezer parte das nossas vidas alterando nossa noção de textualidade, pois se constitui num texto plural, sem margens, sem centro, e consequentemente nos transformando da posição de passivo para o ativo por possibilitar infinitas conexões entre textos e mídias e oportunizar o rompimento de barreiras entre as diferentes áreas do conhecimento ao proporcionar um diálogo com os meios, no qual o se perder faz parte do caminhar.

                Os hipertextos são documento, páginas e ou interfaces que contêm ligações (links) para o mesmo ou outros textos e/ou hipermídias (gráficos, imagens e/ou sons) criando relações que enriquecem a qualidade da leitura. Esses links, quando ativados pelo leitor, proporcionam novos caminhos que por sua vez podem trazer outros novos caminhos oportunizando a diversidade de olhares e a não linealidade, potencializando a riqueza do caminhar, do se perder e do se encontrar do leitor.

                Os links dos hipertextos e das hiperrmídias podem ser criados de várias formas, como botões, palavras, frases e datas, e com diferentes finalidades, alguns exemplos são:

  • transferir para um tópico já exitente no texto;
  • mostrar uma referência, como o ano da citação de Lévy;
  • fornecer informações adicionais, como as palavras hipertextos e hipermídia;
  • exibir uma ilustração, esquema, foto, definição ou sequência de vídeo, como o encontrado na palavra Lemos;
  • exibir um indice.

                Com os links no meio dos textos temos a oportunidade de vivenciar outras visões e opiniões, além disso podermos contar com outros recursos como e-mails e fóruns para nos comunicarmos diretamente com os autores e também com outros leitores, os comentários passam a ser possíveis e interferir nos conteúdos deixa de ser um sonho distante. Saindo, então, da lógica unívoca da mídia de massa que se limita à distribuição, para a oportunização da relação do usuário com a informação e a construção do conhecimento.

Possibilidades educacionais

                As TIC historicamente vem influenciando significativamente a forma como as pessoas ensinam e aprendem, elas também são influenciadas pelos processos sociais que a cercam. Esse cenário tem motivado a elaboração de pesquisas e estudos acerca dessas tecnologias aplicadas à educação a fim de potencializar e de desenvolver qualitativamente novas formas e meios para essa utilização e emersão na cibercultura tentando, inclusive, resolver ou apaziguar problemas sociais que dificultam esse processo como a exclusão sociodigital.

                Na educação novos desafios são postos e velhos problemas emergem diante das modificações construídas e vivenciadas na cibercultura. Esses desafios engendrados pressupõem e necessitam de novas formas de ler, escrever, pensar, aprender e ensinar, ou seja, precisamos de novas educações para auxiliarem a transpor esses desafios. Isto não é fácil, pois não depende apenas do professor, mas também dos envolvidos no sistema educacional, assim como da abertura de visão das instâncias governamentais e políticas públicas efetivas e articuladas somadas à força de vontade para modificar esse processo.

                Como podemos perceber, só as tecnologias não resolvem os problemas, pois sua utilização necessita de uma mudança de postura e de atitude perante o modo de desenvolvimento e realização das atividades. O notório é que as TIC trazem possibilidades a partir da desconstrução do conceito de ensino-aprendizagem estática, localizada, temporalizada e exclusivamente conteudista, pois não apenas temos novos recursos, mas também estamos vivenciando uma nova era de produção e difusão do conhecimento, na qual estamos superando o papel passivo do espectador e receptador para nos transformarmos em produtores de conhecimento. Assim, percebemos que em todos os processos e âmbitos da sociedade mudam-se os papéis, os espaços, a temporalidade, ampliando a responsabilidade de cada um de nós como pessoa, e particularmente na educação o de discente e/ou docente.

                Com as redes de informação, tanto a educação presencial como a educação a distância podem, ser beneficiadas com a flexibilidade, interação, participação e colaboração. Hoje, existem muitos ambientes virtuais de aprendizagem como o moodle que auxiliam esse processo disponibilizando recursos síncronos (possibilitam que as pessoas comuniquem-se em tempo real) e assíncronos (possibilitam que as pessoas comuniquem-se num tempo posterior) que oportunizam essas possibilidades.



                Com esses recursos digitais a sua disposição, o professor pode potencializar suas aulas contemplando as novas formas de ser e agir das pessoas, chamada de geração alt+tab, que se desenvolvem juntamente com o crescimento da cibercultura.